Sapatos - Van Gogh
MARINHA
Por onde andam os meus sapatos de galante
Aqui passaram? Perguntei ao cabineiro
Agasalhei meus pés de sons extravagantes
No olhar distante desse tempo marinheiro
Atravessando oceanos de sandice
Os meus sapatos de marinha me perderam
Nas correntezas abissais. Que onda triste
Naufragou-me? Ressuscitando perguntei ao manobreiro
- As ondas turvas do desejo - ele me disse.
Toma outra vez o teu lugar de passageiro.
Fiquei na proa ouvindo o mar e sua prece
Pequena lágrima de versos vanguardeiros.
Então pedi à solidão que me guiasse
Ela me disse: - Vai, meu faroleiro!!
Luciano Nunes
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