Fonte: Youtube
Abertura por onde sopra o vento da poesia e minha jangada atravessa em direção ao mar literário, pescando palavras, sons, imagens, compondo esse museu de mim e não deixando morrer asfixiada a alma.
quarta-feira, 8 de agosto de 2012
Bandolins
Nesta noite fria de inverno escasso e tardio no meu Ser-tão a poesia de Oswaldo me preenche...
Bandolins - Oswaldo Montenegro
Como fosse um par que
Nessa valsa triste
Se desenvolvesse
Ao som dos bandolins
E como não,
E por que não dizer
Que o mundo respirava mais
Se ela apertava assim?
Seu colo como
Se não fosse um tempo
Em que já fosse impróprio
Se dançar assim
Ela teimou e enfrentou
O mundo
Se rodopiando ao som
Dos bandolins
Como fosse um lar
Seu corpo à valsa triste
Iluminava e à noite
Caminhava assim
E como um par
O vento e a madrugada
Iluminavam à fada
Do meu botequim
Valsando como valsa
Uma criança
Que entra na roda
A noite tá no fim
Ela valsando
Só na madrugada
Se julgando amada
Ao som dos bandolins...
Fonte: Youtube/ letras.mus.br
Bandolins - Oswaldo Montenegro
Como fosse um par que
Nessa valsa triste
Se desenvolvesse
Ao som dos bandolins
E como não,
E por que não dizer
Que o mundo respirava mais
Se ela apertava assim?
Seu colo como
Se não fosse um tempo
Em que já fosse impróprio
Se dançar assim
Ela teimou e enfrentou
O mundo
Se rodopiando ao som
Dos bandolins
Como fosse um lar
Seu corpo à valsa triste
Iluminava e à noite
Caminhava assim
E como um par
O vento e a madrugada
Iluminavam à fada
Do meu botequim
Valsando como valsa
Uma criança
Que entra na roda
A noite tá no fim
Ela valsando
Só na madrugada
Se julgando amada
Ao som dos bandolins...
Fonte: Youtube/ letras.mus.br
A Lista
Nossa!!! Quantas lembranças esta canção de Oswaldo Montenegro me traz. Há dez anos eu estava ingressando no curso de Letras, saindo de casa pela primeira vez. Um mundo se descortinava diante dos meus olhos, pronto pra ser desbravado. Quantos amigos tive que deixar para trás (alguns não podem mais estar aqui comigo) para poder seguir em frente, plantando novas amizades. Quantos sonhos ficaram pela estrada e não poderão mais se realizar, outros se transmutaram, tantos outros tomaram forma e ainda luto para torná-los reais. Ai, ai, Oswaldo!! Quantas lembranças você faz rolar sobre meu rosto marcado.
A Lista - Oswaldo Montenegro
Faça uma lista de grandes amigos
Quem você mais via há dez anos atrás
Quantos você ainda vê todo dia
Quantos você já não encontra mais...
Faça uma lista dos sonhos que tinha
Quantos você desistiu de sonhar!
Quantos amores jurados pra sempre
quantos você conseguiu preservar...
Onde você ainda se reconhece
Na foto passada ou no espelho de agora?
Hoje é do jeito que achou que seria
Quantos amigos você jogou fora?
Quantos mistérios que você sondava
Quantos você conseguiu entender?
Quantos segredos que você guardava
Hoje são bobos ninguém quer saber?
Quantas mentiras você condenava?
Quantas você teve que cometer?
Quantos defeitos sanados com o tempo
Eram o melhor que havia em você?
Quantas canções que você não cantava
Hoje assobia pra sobreviver?
Quantas pessoas que você amava
Hoje acredita que amam você?
Fonte: Youtube/ http://www.oswaldomontenegro.com.br/
A Lista - Oswaldo Montenegro
Faça uma lista de grandes amigos
Quem você mais via há dez anos atrás
Quantos você ainda vê todo dia
Quantos você já não encontra mais...
Faça uma lista dos sonhos que tinha
Quantos você desistiu de sonhar!
Quantos amores jurados pra sempre
quantos você conseguiu preservar...
Onde você ainda se reconhece
Na foto passada ou no espelho de agora?
Hoje é do jeito que achou que seria
Quantos amigos você jogou fora?
Quantos mistérios que você sondava
Quantos você conseguiu entender?
Quantos segredos que você guardava
Hoje são bobos ninguém quer saber?
Quantas mentiras você condenava?
Quantas você teve que cometer?
Quantos defeitos sanados com o tempo
Eram o melhor que havia em você?
Quantas canções que você não cantava
Hoje assobia pra sobreviver?
Quantas pessoas que você amava
Hoje acredita que amam você?
Fonte: Youtube/ http://www.oswaldomontenegro.com.br/
terça-feira, 7 de agosto de 2012
sexta-feira, 6 de julho de 2012
quarta-feira, 4 de julho de 2012
sábado, 30 de junho de 2012
Bons papos...
Altos papos com seu Luiz neste São João... Por essas horas ele já está dizendo que eu pareço com a moça da novela!!! kkkkkk Eu é que não sou doida de contrariar o Rei do Baião, senão nunca mais eu danço uma partida de forró. kkkkk
São João...
Neste São João pude, enfim, matar uma de minhas saudades... ir às festividades de São João em Campina Grande. Tá, tudo bem, a passagem foi rápida e tinha compromissos marcados, mas quando a felicidade chega pra valer, ela nos inunda com o que parece muito pouco.
Simbora, meu povo, ainda tem festa rolando no terreiro com cheiro e gosto de pamonha, canjica e milho assado (embora poucos)... Bote sua chinela currulepe que ainda dá tempo de dançar umas partidas de forró do bom e levantar poeira no salão...
100 anos de Luiz Gonzaga
Grande símbolo da cultura e da música nordestina...
Eita, Mestre Lua, quanta saudade da minha infância em que pouco me bastava para ser feliz. Saudades de nosso antigo rádio a pilha me permitindo ouvir suas canções aos primeiros raios de sol da manhã. Suas melodias ressoavam e preenchiam toda a casa junto com o cheiro forte do café de minha mãe que meu pai tomava antes de sair pro trabalho que compete a todos os homens do campo. Acordar e adormecer ao som de seu baião era minha alegria mais singela.
sábado, 16 de junho de 2012
sábado, 12 de maio de 2012
Meu Nordeste...
Herança
Nordestina - Danilo Moraes
Quando
no sertão, bacalhau trisca a zabumba
Sai faísca
Porque a chuva há muito tempo não cai, não
Bate doze horas e o estômago já canta
O triângulo se apronta pra muita confusão
Se o poeta canta coco no pandeiro
Ele tem o mundo inteiro na palma da mão
Quando a gente dança, a gente leva na lembrança
Que o povo nunca cansa de música inventar
Que a saudade é nossa grande herança
Aquela fome de criança de fazer tudo girar
Girar, girar
E ver tudo mudar
Girar, girar
Até o sol raiar
Sai faísca
Porque a chuva há muito tempo não cai, não
Bate doze horas e o estômago já canta
O triângulo se apronta pra muita confusão
Se o poeta canta coco no pandeiro
Ele tem o mundo inteiro na palma da mão
Quando a gente dança, a gente leva na lembrança
Que o povo nunca cansa de música inventar
Que a saudade é nossa grande herança
Aquela fome de criança de fazer tudo girar
Girar, girar
E ver tudo mudar
Girar, girar
Até o sol raiar
Fontes: Youtube e www.vagalume.com
sexta-feira, 11 de maio de 2012
Gentileza gera Gentileza!!!
Gentileza - Marisa Monte
Apagaram tudo
Pintaram tudo de cinza
A palavra do muro
Ficou coberta de tinta
Apagaram tudo
Pintaram tudo de cinza
Só ficou no muro
Tristeza e tinta fresca
Nós que passamos apressados
Pelas ruas da cidade
Merecemos ler as letras
E as palavras de Gentileza
Por isso eu pergunto
À você no mundo
Se é mais inteligente
O livro ou a sabedoria
O mundo é uma escola
A vida é o circo
Amor palavra que liberta
Já dizia o profeta.
quinta-feira, 12 de abril de 2012
Caminhos da Fé
Há mais de 10 anos não visitava a cidade de Carnaúba dos Dantas/ RN, durante a Semana Santa. Noosssaa!!! Quantas lembranças da infância me vieram à mente. A presença forte de minha mãe, Tereza, o sol ardente que ao final da tarde se misturava aos pingos de chuva, o calor desolador, mas, principalmente, a grande aventura e prova de resistência que era chegar ao cume do Monte do Galo.
Refiz todo o trajeto a passos lentos pra poder observar melhor a paisagem e, também, curtir minhas lembranças crianceiras, como diria Manoel de Barros.
E, embora tudo tenha crescido em proporções inimagináveis para mim e o comércio da fé tenha acompanhado este crescimento, mesmo a subida não tendo mais o sabor adocicado de aventura, pois o calor muito me incomodava e a subida exigiu um pouco mais dos meus joelhos desgastados pelo tempo, me senti simplesmente feliz por estar ali.
Fotos: Arquivo pessoal
quinta-feira, 5 de abril de 2012
Saravá, Iansã!!
Rita Ribeiro, Jussara Silveira e Teresa Cristina - DVD Três Meninas do Brasil
Fonte: Youtube
Escova
Carnaval nas Montanhas - Paul Klee (1924)
(...) Logo pensei de escovar palavras. Porque eu havia lido em algum lugar que as palavras eram conchas de clamores antigos. Eu queria ir atrás dos clamores antigos que estariam guardados dentro das palavras. Eu já sabia também que as palavras possuem no corpo muitas oralidades remontadas e muitas significâncias remontadas. Eu queria então escovar as palavras para escutar o primeiro esgar da cada uma. Para escutar os primeiros sons, mesmo que ainda bígrafos. (...)
BARROS, Manoel de. Memórias Inventadas.
quarta-feira, 14 de março de 2012
Peixes
Entre Campina e Caicó
O peixe voa
Sobre a estrada de asfalto
E ventania
E aquele olhar que atira pedra
Analgesia
O meu silêncio
Anita! Como a vida é boa!
Eu sou assim contente
Pelo teu sorriso
De alegria
E sempre nua primavera
Sertão adentro
Aqui encontro a hidrosfera
Onde as escamas desse peixe
Suavizo
Felicidade é ter amigos
Diz Epicuro
Ter liberdade e olhar bem dentro
Da pessoa
Se entre Campina e Caicó
O peixe voa
É por vontade de nadar
Além do escuro
Nesse desejo do não-ser
Eu me aventuro
Para chorar, sorrir
Ser livre, ser à toa.
Luciano Nunes
Sem que perceba o mar hoje espalhado
por tuas mãos e face,
reconquistando os tempos deslembrados
e esquecido de Deus, o vento nasce.
Queres há muito o mar e o mar se nega,
há muito, ao teu desejo,
que ao vento, só ao vento, o mar se entrega
e só o vento ao mar conserva aceso.
Não adianta ir de encontro às ondas
nem ir de encontro ao vento:
as águas açulando, o mar afunda,
à luz do sol, teus bruscos movimentos.
Aflita e, mais que aflita, desolada
da água em chamas recuas,
e sobre a areia expões sem expor nada,
os litorais da tua pele nua.
Distante o mar, viril, o vento estende
as mãos e acaricia
teu corpo que não quer, porém se rende
ao sol de abril, fugindo da água fria.
A partir desse instante apenas dormes,
dormes, nua e inerme,
entregue, toda, ao vento que percorre
por íntimos desvãos tua epiderme.
Jaci Bezerra - Livro de Olinda
por tuas mãos e face,
reconquistando os tempos deslembrados
e esquecido de Deus, o vento nasce.
Queres há muito o mar e o mar se nega,
há muito, ao teu desejo,
que ao vento, só ao vento, o mar se entrega
e só o vento ao mar conserva aceso.
Não adianta ir de encontro às ondas
nem ir de encontro ao vento:
as águas açulando, o mar afunda,
à luz do sol, teus bruscos movimentos.
Aflita e, mais que aflita, desolada
da água em chamas recuas,
e sobre a areia expões sem expor nada,
os litorais da tua pele nua.
Distante o mar, viril, o vento estende
as mãos e acaricia
teu corpo que não quer, porém se rende
ao sol de abril, fugindo da água fria.
A partir desse instante apenas dormes,
dormes, nua e inerme,
entregue, toda, ao vento que percorre
por íntimos desvãos tua epiderme.
Jaci Bezerra - Livro de Olinda
Luxúria
Maria Augusta de Aguiar Botelho
De olhar negro e pele muito branca
Quando passava balançando as ancas
Sentia o cheiro daqueles pentelhos.
Como eu queria osculá-los, tê-los
Vê-los com a lupa do cruel desejo
Mordê-los, pinicá-los, dá-los dez mil beijos
Aquele púbis foi meu desmantelo.
Um dia Deus me concedeu a glória
De ver despido aquele corpo santo
Me ajoelhei feito um fiel, aos prantos
Disse: Senhor, quem sou pra merecê-lo?
Ele me disse: Filho... É só luxúria!
Maria Augusta de Aguiar Botelho.
Luciano Nunes
De olhar negro e pele muito branca
Quando passava balançando as ancas
Sentia o cheiro daqueles pentelhos.
Como eu queria osculá-los, tê-los
Vê-los com a lupa do cruel desejo
Mordê-los, pinicá-los, dá-los dez mil beijos
Aquele púbis foi meu desmantelo.
Um dia Deus me concedeu a glória
De ver despido aquele corpo santo
Me ajoelhei feito um fiel, aos prantos
Disse: Senhor, quem sou pra merecê-lo?
Ele me disse: Filho... É só luxúria!
Maria Augusta de Aguiar Botelho.
Luciano Nunes
O nariz empinado
Não empines tanto assim o teu nariz
Lança vistas sobre o campo, olhai os lírios
É preciso a temperança dos delírios
Para manter-se à corda bamba, o aprendiz
E se lá no fim do túnel, chão de giz
Encontrares, pouca luz, ou nenhum círio
Com os mesmos olhos nus dos teus martírios
Compreenderás, nada reconstituís
Não empines teu nariz além das horas
Deixas, pois, o teu silêncio atravessar
A caligem dos instantes, corrobora
Que assim é bem mais doce navegar
Percebendo que o tempo nunca ancora
Segue sempre o seu galope à beira-mar.
Luciano Nunes
Chico Doido de Caicó
Um dia encontrei Zé Limeira
Às margens do Bodocongó
Eu perguntei por Campina
Ele perguntou por Caicó.
Perto de Guarabira
Lá pras bandas de Sapé
Cristo dançava xaxado
Com a princesa Isabé.
Eu também já fui jumento
Diz o Novo Testamento.
_____________
Uma vez em Campina Grande
Perto da Maciel Pinheiro
Tomei tanto sorvete de rainha
Que o Rei Luís de França
Resolveu bombardear o Japão.
Acuda-me Zé Limeira, nego véio,
Tocaram fogo no Cariri
Só pra que eu pudesse rimar
Tatu com xixi.
Às margens do Bodocongó
Eu perguntei por Campina
Ele perguntou por Caicó.
Perto de Guarabira
Lá pras bandas de Sapé
Cristo dançava xaxado
Com a princesa Isabé.
Eu também já fui jumento
Diz o Novo Testamento.
_____________
Uma vez em Campina Grande
Perto da Maciel Pinheiro
Tomei tanto sorvete de rainha
Que o Rei Luís de França
Resolveu bombardear o Japão.
Acuda-me Zé Limeira, nego véio,
Tocaram fogo no Cariri
Só pra que eu pudesse rimar
Tatu com xixi.
Ai! Se sêsse!...
Se um día nós se gostásse;
Se um día nós se querêsse;
Se nós dois se impariásse;
Se juntinho nós dois vivêsse!
Se juntinho nós dois morásse;
Se juntinho nós dois drumísse;
Se juntinho nós dois morrêsse!
Se pro céu nós assubísse!?
Mas porém, se acontecêsse,
Qui São Pêdo não abrísse
As porta do céu e fôsse,
Te dizê quarqué toulíce?
E se eu me arriminásse
E tu cum eu insistísse,
Prá qui eu me arrezorvêsse,
E a minha faca puchásse,
E o buxo do céu furásse?...
Tarvez qui nós dois ficásse
Tarvez qui nós dois caísse,
E o céu furado arriásse
E as virge tôdas fugísse!!!
Zé da Luz
Se um día nós se querêsse;
Se nós dois se impariásse;
Se juntinho nós dois vivêsse!
Se juntinho nós dois morásse;
Se juntinho nós dois drumísse;
Se juntinho nós dois morrêsse!
Se pro céu nós assubísse!?
Mas porém, se acontecêsse,
Qui São Pêdo não abrísse
As porta do céu e fôsse,
Te dizê quarqué toulíce?
E se eu me arriminásse
E tu cum eu insistísse,
Prá qui eu me arrezorvêsse,
E a minha faca puchásse,
E o buxo do céu furásse?...
Tarvez qui nós dois ficásse
Tarvez qui nós dois caísse,
E o céu furado arriásse
E as virge tôdas fugísse!!!
Zé da Luz
Ah! Poesia sua danada...
Neste dia da poesia, pequenas homenagens a poetas e poetisas que transbordam os meus dias!!!
meu corpo desiste.
mudo peito transeunte
em fixo cal(o)
corre a massa do meu corpo
em si )imantada).
in
cauto
corpo de caliça
minha voz atiça
a solidez do poema.
Iara Carvalho
em
canto
minha voz persiste
meu corpo desiste.
mudo peito transeunte
em fixo cal(o)
corre a massa do meu corpo
em si )imantada).
in
cauto
corpo de caliça
minha voz atiça
a solidez do poema.
Iara Carvalho
quinta-feira, 8 de março de 2012
Mulheres...
Parabenizo a todas nós por este dia e desejo que continuemos a vencer pequenas batalhas diárias e a lutar por uma sociedade mais igualitária, que nos respeite enquanto seres providos de desejos, anseios e sentimentos.
Afago-as com a forte e marcante presença de Cátia de França, mulher nordestina que marcou época na música brasileira e a poesia de Iara Carvalho que desponta à voar cada vez mais alto nos caminhos literários.
Fonte
sou mulher: um deserto
me chama pra ser
areia e tempo
escorregadio.
mas também
água pingando
solta por dentro
do vestido.
Fontes: Youtube e Iara Carvalho In.: Milagreira (2011)
quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012
Soneto de Aniversário
Uma tsunami de sentimentos e sensações toma conta de mim. Aromas, pele aveludada, desejos, decepções recordadas e retomadas, presença marcante, embates em mim, frustações (?), amor (?), atração (?), solidão!
Ano passado prometi pra mim mesma que hoje não choraria, apenas viveria, viver, ia... vou!! Este meu dia não poderia ser comemorado de outra forma!!!
"Passem-se dias, horas, meses, anos
Amadureçam as ilusões da vida
Prossiga ela sempre dividida
Entre compensações e desenganos.
Faça-se a carne mais envilecida
Diminuam os bens, cresçam os danos
Vença o ideal de andar caminhos planos
Melhor que levar tudo de vencida.
Queira-se antes ventura que aventura
À medida que a têmpora embranquece
E fica tenra a fibra que era dura.
E eu te direi: amiga minha, esquece...
Que grande é este amor meu de criatura
Que vê envelhecer e não envelhece."
Vinicius de Moraes (Rio, 1942)
Amadureçam as ilusões da vida
Prossiga ela sempre dividida
Entre compensações e desenganos.
Faça-se a carne mais envilecida
Diminuam os bens, cresçam os danos
Vença o ideal de andar caminhos planos
Melhor que levar tudo de vencida.
Queira-se antes ventura que aventura
À medida que a têmpora embranquece
E fica tenra a fibra que era dura.
E eu te direi: amiga minha, esquece...
Que grande é este amor meu de criatura
Que vê envelhecer e não envelhece."
Vinicius de Moraes (Rio, 1942)
quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012
Isso tem significado!!!
Este ano quatro entre as doze escolas de samba do Rio de Janeiro que compõem o grupo especial estarão cantando em seus sambas-enredo a beleza e a cultura do Norte/Nordeste e Negra. Em tempos de propagação, via redes sociais, das mais variadas formas de preconceito e discriminação contra a gente aqui de cima deste mapa e de racismo contra os irmãos de cor... nada mais oportuno pra mostrar ao mundo nosso valor!!!
Unidos da Tijuca - Samba enredo 2012
O dia em que toda a realeza desembarcou na Avenida para coroar o Rei Luiz do Sertão
Compositores: Vadinho, Josemar Manfredini, Jorge Calado, Silas Augusto e Cesinha
Nessa viagem arretada
“Lua” clareia a inspiração
Vejo a realeza encantada
Com as belezas do Sertão
“Chuva, sol”, meu olhar
Brilhou em terra distante
Ai, que visão deslumbrante, se avexe não
Muié rendá é rendeira
E no tempero da feira
O barro, o mestre, a criação
Mandacaru, a flor do cangaço
Tem “xote menina” nesse arrasta pé
Oh! Meu Padim, santo abençoado
É promessa, eu pago, me guia na fé
Em cada estação, a “triste partida”
Eu vi no caminho vida severina
À margem do Chico espantei o mal
Bordando o folclore, raiz cultural
Simbora que a noite já vem, “saudades do meu São João”
“Respeita Véio Januário, seus oito baixo tinhoso que só”
“Numa serenata” feliz vou cantar
No meu Pé de Serra festejo ao luar
Tijuca, a luz do arauto anuncia
Na carruagem da folia, hoje tem coroação
A minha emoção vai te convidar
Canta Tijuca, vem comemorar
“Inté Asa Branca” encontra o pavão
Pra coroar o “Rei do Sertão”
Nessa viagem arretada
“Lua” clareia a inspiração
Vejo a realeza encantada
Com as belezas do Sertão
“Chuva, sol”, meu olhar
Brilhou em terra distante
Ai, que visão deslumbrante, se avexe não
Muié rendá é rendeira
E no tempero da feira
O barro, o mestre, a criação
Mandacaru, a flor do cangaço
Tem “xote menina” nesse arrasta pé
Oh! Meu Padim, santo abençoado
É promessa, eu pago, me guia na fé
Em cada estação, a “triste partida”
Eu vi no caminho vida severina
À margem do Chico espantei o mal
Bordando o folclore, raiz cultural
Simbora que a noite já vem, “saudades do meu São João”
“Respeita Véio Januário, seus oito baixo tinhoso que só”
“Numa serenata” feliz vou cantar
No meu Pé de Serra festejo ao luar
Tijuca, a luz do arauto anuncia
Na carruagem da folia, hoje tem coroação
A minha emoção vai te convidar
Canta Tijuca, vem comemorar
“Inté Asa Branca” encontra o pavão
Pra coroar o “Rei do Sertão”
Imperatriz Leopoldinense - Samba enredo 2012
Jorge, Amado Jorge
Composição: Jeferson Lima, Ribamar, Alexandre D Mendes, Cristovão Luiz e Tuninho Professor
Ave, Bahia sagrada!
Abençoada por Oxalá!
O mar, beijando a esperança,
Descansa nos braços de Iemanjá.
Menino amado...
Destino bordado de inspiração.
Iluminado...
Vestiu palavras de fascinação.
Abençoada por Oxalá!
O mar, beijando a esperança,
Descansa nos braços de Iemanjá.
Menino amado...
Destino bordado de inspiração.
Iluminado...
Vestiu palavras de fascinação.
Olha o acarajé! Quem vai querer?
Temperado no axé e dendê
Quem tem fé vai a pé... Vai, sim!
Abrir caminhos na Lavagem do Bonfim
Temperado no axé e dendê
Quem tem fé vai a pé... Vai, sim!
Abrir caminhos na Lavagem do Bonfim
O vento soprou
As letras em liberdade.
Joga a rede, pescador!
O povo tem sede de felicidade.
A brisa a embalar
Histórias que falam de amor.
Memórias sob o lume do luar.
O doce perfume da flor.
Ê bahia! ê Bahia!
Dos santos, encantos, magia.
Kaô Kabesilê! Ora Iê Iê Oxum!
Tem festa no pelô.
Na ladeira, "capoeira mata um."
As letras em liberdade.
Joga a rede, pescador!
O povo tem sede de felicidade.
A brisa a embalar
Histórias que falam de amor.
Memórias sob o lume do luar.
O doce perfume da flor.
Ê bahia! ê Bahia!
Dos santos, encantos, magia.
Kaô Kabesilê! Ora Iê Iê Oxum!
Tem festa no pelô.
Na ladeira, "capoeira mata um."
Sou Imperatriz! Sou emoção!
Meu coração quer festejar!
Ao mestre escritor, um canto de amor
Jorge Amado, Saravá!
Meu coração quer festejar!
Ao mestre escritor, um canto de amor
Jorge Amado, Saravá!
Beija- Flor - Samba enredo 2012
São Luís – O Poema Encantado do Maranhão
Autores: J.Veloso, Adilson China, Carlinhos do Detran, Samir Trindade, Serginho Aguiar, JR Beija-Flor, Silvio Romai, Hugo Leal, Gilberto Oliveira, Ricardo Lucena, Thiago Alves e Romulo Presidente.
Tem magia em cada palmeira que brota em seu chão
O homem nativo da terra
Resiste em bravura
A dor da invasão
Do mar vêm três coroas
Irmão seu olhar mareja
No balanço da maré
A maldade não tem fé sangrando os mares
Mensageiro da dor
Liberdade roubou dos meus lugares
Rompendo grilhões, em busca da paz
Na força dos meus ancestrais
O homem nativo da terra
Resiste em bravura
A dor da invasão
Do mar vêm três coroas
Irmão seu olhar mareja
No balanço da maré
A maldade não tem fé sangrando os mares
Mensageiro da dor
Liberdade roubou dos meus lugares
Rompendo grilhões, em busca da paz
Na força dos meus ancestrais
Na Casa Nagô a luz de Xangô axé
Mina Jêje em ritual de fé
Chegou de Daomé, chegou de Abeokutá
Toda magia do Vodun e do Orixá
Mina Jêje em ritual de fé
Chegou de Daomé, chegou de Abeokutá
Toda magia do Vodun e do Orixá
Ê rainha o bumba-meu-boi vem de lá
Eu quero ver o Cazumbá, sem a serpente acordar
Hoje a minha lágrima transborda todo mar
Fonte que a saudade não secou
Ó Ana assombração na carruagem
Os casarões são a imagem
Da história que o tempo guardou
No rádio o reggae do bom
Marrom é o tom da canção
Na terra da encantaria a arte do gênio João
Eu quero ver o Cazumbá, sem a serpente acordar
Hoje a minha lágrima transborda todo mar
Fonte que a saudade não secou
Ó Ana assombração na carruagem
Os casarões são a imagem
Da história que o tempo guardou
No rádio o reggae do bom
Marrom é o tom da canção
Na terra da encantaria a arte do gênio João
Meu São Luís do Maranhão
Poema Encantado de Amor
Onde canta o sabiá
Hoje canta a Beija-Flor
Poema Encantado de Amor
Onde canta o sabiá
Hoje canta a Beija-Flor
Vila Izabel - Samba enredo 2012
Você semba lá …. Que eu sambo cá! O canto livre de Angola
Autores: Arlindo Cruz, André Diniz, Evandro Bocão, Leonel e Artur das Ferragens
Vibra óh minha vila
A sua alma tem negra vocação
Somos a pura raiz do samba
Bate meu peito à sua pulsação
Incorpora outra vez kizomba e segue na missão
Tambor africano ecoando, solo feiticeiro
Na cor da pele, o negro
Fogo aos olhos que invadem,
Pra quem é de lá
Forja o orgulho, chama pra lutar
A sua alma tem negra vocação
Somos a pura raiz do samba
Bate meu peito à sua pulsação
Incorpora outra vez kizomba e segue na missão
Tambor africano ecoando, solo feiticeiro
Na cor da pele, o negro
Fogo aos olhos que invadem,
Pra quem é de lá
Forja o orgulho, chama pra lutar
Reina ginga ê matamba vem ver a lua de luanda nos guiar
Reina ginga ê matamba negra de zambi, sua terra é seu altar
Reina ginga ê matamba negra de zambi, sua terra é seu altar
Somos cultura que embarca
Navio negreiro, correntes da escravidão
Temos o sangue de angola
Correndo na veia, luta e libertação
A saga de ancestrais
Que por aqui perpetuou
A fé, os rituais, um elo de amor
Pelos terreiros (dança, jongo, capoeira)
Nasci o samba (ao sabor de um chorinho)
Tia ciata embalou
Com braços de violões e cavaquinhos a tocar
Nesse cortejo (a herança verdadeira)
A nossa vila (agradece com carinho)
Viva o povo de angola e o negro rei Martinho
Navio negreiro, correntes da escravidão
Temos o sangue de angola
Correndo na veia, luta e libertação
A saga de ancestrais
Que por aqui perpetuou
A fé, os rituais, um elo de amor
Pelos terreiros (dança, jongo, capoeira)
Nasci o samba (ao sabor de um chorinho)
Tia ciata embalou
Com braços de violões e cavaquinhos a tocar
Nesse cortejo (a herança verdadeira)
A nossa vila (agradece com carinho)
Viva o povo de angola e o negro rei Martinho
Semba de lá, que eu sambo de cá
Já clareou o dia de paz
Vai ressoar o canto livre
Nos meus tambores, o sonho vive
Já clareou o dia de paz
Vai ressoar o canto livre
Nos meus tambores, o sonho vive
Carnaval 2012!!
A negritude, o Norte e o Nordeste serão cantados aos quatro cantos do mundo em forma de samba na Marquês de Sapucaí - RJ pelas escolas:
Beija-Flor
Enredo: São Luís - O poema encantado do Maranhão
Imperatriz Leopoldinense
Enredo: Jorge, amado Jorge
Unidos da Tijuca
Enredo: O dia em que toda a realeza desembarcou na Avenida para coroar o Rei Luiz do Sertão
Vila Izabel
Enredo: Você semba lá... que eu sambo cá! O canto livre de Angola
quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012
Odoyá, odoyá!!! Salva a Rainha do mar!! Salve Iemanjá!!!
Iemanjá Rainha do Mar
Quanto nome tem a Rainha do Mar?
Quanto nome tem a Rainha do Mar?
Dandalunda, Janaína,
Marabô, Princesa de Aiocá,
Inaê, Sereia, Mucunã.
Maria, Dona Iemanjá.
Onde ela vive?
Onde ela mora?
Nas águas,
Na loca de pedra,
Num palácio encantado,
No fundo do mar.
O que ela gosta?
O que ela adora?
Perfume,
Flor, espelho e pente
Toda sorte de presente
Pra ela se enfeitar.
Como se saúda a Rainha do Mar?
Como se saúda a Rainha do Mar?
Alodê, Odofiaba,
Minha-mãe, Mãe-d'água,
Odoyá!
Qual é se dia,
Nossa Senhora?
É dia dois de fevereiro
Quando na beira da praia
Eu vou me abençoar.
O que ela canta?
Por que ela chora?
Só canta cantiga bonita
Chora quando fica aflita
Se você chorar.
Quem é que já viu a Rainha do Mar?
Quem é que já viu a Rainha do Mar?
Pescador e marinheiro
que escuta a sereia cantar
é com o povo que é praiero
que dona Iemanjá quer se casar.
Maria Bethânia
quinta-feira, 19 de janeiro de 2012
Bial, a renda e sua tessitura mágica
Beatriz Maria, 79 anos, pequena-gigantesca mulher da comunidade Boqueirão que, ao se transfigurar na conhecida Bial, maneja de forma mágica e lúdica seus bilros, tecendo belas rendas e parte da minha infância. Lembro-me de não compreender como aquela mulher de aparência e estatura tão frágeis conseguia fazer tanta renda bonita e "alva" - como o dia que lá fora, no quintal, se mostrava- manejando apenas alguns pequenos "pedaços de pau", sentada em um canto da sala, sempre próximo à janela de sua casa tão acolhedora e que apesar de sua simplicidade era para mim um grande e doce mistério, como se a cada cômodo ou a cada gesto me fosse possível viver grandes aventuras e emoções.
Passeios, missas, noites inteiras em farinhadas... tudo me foi proporcionado na casa de Bial... e hoje consigo apreender os significados e os ensinamentos que cada um desses momentos tiveram em minha infância e na minha vida!!
Bial e seus bilros mágicos
a renda de Bial
Fotos: O Diário Lajespintadense
Milagreira!!!
CICLO
irrigaram mel
na minha veia
mês passado
menstruei formigas.
Iara Carvalho - poetisa curraisnovense
In.: Milagreira. Currais Novos: Casarão de Poesia Edições, 2011.
irrigaram mel
na minha veia
mês passado
menstruei formigas.
Iara Carvalho - poetisa curraisnovense
In.: Milagreira. Currais Novos: Casarão de Poesia Edições, 2011.
Jangada ao mar...
Embora ainda seja janeiro, prefiro lançar minha jangada ao mar nas águas de março...
30 anos sem Elis Regina...
"Choram Marias e Clarices no solo do Brasil". No dia 19 de janeiro de 1982, Elis era encontrada morta no quarto de seu apartamento, vítima de uma overdose de álcool e cocaína. Era tarde... já estávamos todos enebriados com seu monstruoso talento, viciados em sua voz sedutora, arrebatados com suas interpretações, seduzidos por seu olhar e sorriso aberto, sincero...
Pimentinha como faz falta o seu tempero musical!!!
sexta-feira, 13 de janeiro de 2012
Zarpando... porque toda viagem começa em casa!!!
O que há no tabuleiro da baiana eu não sei, mas no quintal da minha mãe tem...
Fotos: arquivo pessoal
Fotos: arquivo pessoal
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