quarta-feira, 14 de março de 2012

Luxúria

Maria Augusta de Aguiar Botelho
De olhar negro e pele muito branca
Quando passava balançando as ancas
Sentia o cheiro daqueles pentelhos.

Como eu queria osculá-los, tê-los
Vê-los com a lupa do cruel desejo
Mordê-los, pinicá-los, dá-los dez mil beijos
Aquele púbis foi meu desmantelo.

Um dia Deus me concedeu a glória
De ver despido aquele corpo santo
Me ajoelhei feito um fiel, aos prantos

Disse: Senhor, quem sou pra merecê-lo?
Ele me disse: Filho... É só luxúria!
Maria Augusta de Aguiar Botelho.

Luciano Nunes

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